Como começar?

Este blog tem por objetivo que você, aluno(a) da turma 3005, tenha um contato mais próximo com textos literários, a fim de introduzir um debate online sobre o assunto. Assim teremos mais um espaço para discussão e conhecimento. Espero que todos façam bom uso da ferramenta! Giselle

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Clarice Lispector

E lá vamos nós falar de Clarice! O livro mais votado para a leitura de férias :-) (28 x 4)

Sei que muitos estão entusiasmados para ler A Paixão segundo G.H., mas para que isso possa ocorrer de maneira mais tranquila é preciso que façamos um trabalho sobre o livro antes. Nas sugestões ao lado de outros sites para serem visitados está uma indicação de um ótimo, que analisa a obra de Clarice Lispector com detalhes muito importantes e de maneira bem didática. Dê uma olhada neste site antes de prosseguir. Após ter lido a análise do livro, faça a questão que se segue.

No trecho destacado abaixo, retirado de A Paixão segundo G.H., temos o clássico exemplo do fluxo de consciência, tão presente em sua obra quanto em Guimarães Rosa - como vimos no exercício anterior. Identifique um trecho que seja um exemplo de fluxo e explique o porquê.

"Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia - a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la -, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Até agora achar-me era já ter uma idéia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. A idéia que eu fazia de pessoa vinha de minha terceira perna, daquela que me plantava no chão. Mas e agora? estarei mais livre?"


Bom trabalho a todos!!!

P.S.: Este exercício terminará dia 10 de julho. Esta nota substituirá a menor nota anterior, por isso capriche!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A prosa da terceira geração Modernista

ATENÇÃO! ESTE EXERCÍCIO TEM NOVA DATA PARA TERMINAR.

Olá!

Certamente a leitura de "A terceira margem do rio" não foi das mais fáceis para nós. O conto de Guimarães Rosa é denso, complexo, um belo exemplo do fluxo de consciência sobre o qual falamos em sala. No entanto, após nosso debate, fica claro que o autor não quer confundir o leitor; ao contrário, ele quer colocar uma luz no que ainda não havia sido dito, trazer o inconsciente à tona!

Tarefa difícil. Porém, não impossível. Como um dos principais representantes da terceira fase do Modernismo no Brasil, Guimarães Rosa decidiu romper com a barreira da literatura tradicional até então, misturando elementos de poesia na prosa, retratando o homem do campo - enquanto Clarice fez o mesmo com o homem urbano. O estilo dos dois autores em muito se assemelha, principalmente no caráter investigativo do inconsciente de seus personagens. Sendo assim, chegamos ao ponto importante do nosso trabalho.

Após ler "A terceira margem do rio" , identifique partes do conto em que o narrador demonstre fazer uso do recurso do fluxo de consciência e explique por quê. Utilize aspas ("  ") para isolar o trecho que você pretende explicar, começando seu comentário por ele. Depois, em um novo parágrafo, mostre como o narrador pode ter usado tal recurso e por quê. Desta vez não há um número máximo de palavras, por isso seja preciso e atento à linguagem utilizada.

Abraços!

P.S.: Nova data para terminar o trabalho, dia 01 de julho!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Despedida do trema

Mais um momento descontraído em nosso blog! :-) Divirtam-se com a carta de despedida do trema da língua portuguesa.

Despedida do TREMA
"Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disse que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. saio da língua para entrar na história.

Adeus,
Trema."

domingo, 5 de junho de 2011

Guimarães Rosa

Está quase na hora de começarmos um novo trabalho. Desta vez, deixaremos um pouco de lado a segunda fase do Modernismo e entraremos na terceira, que consagrou autores como Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto e Guimarães Rosa.

Para conhecermos este fascinante autor da língua portuguesa, assista a esta rápida vídeo-aula sobre sua vida e obra. Em breve discutiremos uma de suas obras.

Até lá!